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VORSat

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Carlos Capela:
Neste tópico pretendo apenas divulgar um projecto no qual estou envolvido: o VORSat - VHF Omni Directional Radio Range Satellite.
Pretendemos construir um satélite que estará a LEO (Low Earth Orbit) durante o seu tempo de vida.
Temos duas finalidades principais: o estudo da atitude do satélite no espaço e estudar a possibilidade de reentrada na Terra.
Estou ao dispor para quaisquer dúvidas que possam ter, mas recomendo que consultem o nosso site para mais informações, caso estejam apenas curiosos ou pretendam investir no nosso projecto.

http://www.vorsat.org[attachment=0:3a2lpky1]vorsat.jpg[/attachment:3a2lpky1]

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Engraçado..

Mas segundo o que percebi sobre satélites cúbicos com 10x10x10 e 1Kg de peso, eles não têm propriamente mecanismo de orientação e propulsão, certo? ou seja, uma vez largados, só vão para "baixo"..  Quantas voltas à Terra é que se prevê que o cubo radio-emissor dê no seu tempo de vida? É assim tão fácil saber que largando o cubo em certo sítio, ele irá cair mesmo dentro de água?
A ISS, anda talvez um pouco mais alta, mas o período da órbita dela é de cerca de 90 minutos, e precisa de levar um ajuste na órbita para não "cair".. pelos gráficos que vejo, estimo que possa cair uns 100km durante 1 ano. Portanto penso que a missão não dure mais do que ano e meio, ou 2 anos..

Já agora, é de esperar que o cubo fique a girar descontroladamente... Isso em princípio não afecta a precisão dos instrumentos de telemetria (sincronização ente a medição da telemetria e da emissão da mensagem rádio) ou mesmo do sistema VOR, não? É que o VOR percebo como funciona se estiver quieto.. Mas como não sou de telecomunicações, não sei se tem mal diferentes partes da mensagem enviada serem transmitidas com ângulos de fase diferente..  Deve ser preciso um rico osciloscópio para isso, não?

Parece um projecto giro :)

Carlos Capela:
Não, não tem mecanismo de orientação e propulsão. Estudar o seu comportamento após ser largado é o nosso objectivo principal.
É precisamente a diferença dos ângulos de fase que pretendemos usar, na recepção, para determinar que face do cubo está voltada para nós.
Fizemos alguns testes na câmara anecóica da faculdade que nos deixaram animados... Podemos garantir que vai funcionar direitinho? Claro que não, mas queremos que funcione...

Nós prevemos que o VORSat sobreviva 1 ou 2 meses, e isso será suficiente para atingir o sucesso (ou não...) da missão. Antes durasse 1 ou ano ou 2, seria um orgulho termos o nosso bichinho lá em cima mais tempo! :) Deverá ter uma órbita polar a rondar os 90 minutos.

Estamos a estudar a reentrada com algum cuidado, tendo em atenção o maior número de factores possíveis, inclusive as diferentes camadas da atmosfera e o decaimento que o satélite terá. Estamos a estudar a forma de, provocando a desaceleração do satélite em queda (através da mudança da sua forma exterior, por exemplo), calcular com a maior exactidão possível o seu local de queda. Claro que as faces exteriores vão à vida, mas pretendemos aproveitar uma pequena cápsula que irá no interior.

É um projecto de alunos, com a supervisão e colaboração de alguns professores da FEUP. Rouba-nos muito tempo, mas encaramos esse tempo como investimento!

Orion_PKFD:
Muitos parabéns!!! É um projecto muitíssimo interessante. Esperam recuperar o satélite após reentrada? E sabem onde vai cair?

Carlos Capela:
Obrigado.
Nós sabemos que as faces exteriores acabam por desaparecer na queda, e com elas as antenas e os paineis solares, mas o VORSat vai levar dentro dele uma cápsula num material resistente, e é essa cápsula que esperamos recuperar.
Estamos a apontar a queda para o Atlântico.

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