Autor Tópico: [Duvida] Ortoscópica de 4mm ou 5mm?  (Lida 14304 vezes)

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25 mm
« Responder #15 em: Fevereiro 22, 2007, 02:49:04 am »
Pois é Guilherme,
...25mm é muito pouco. O meu óculos tem 28 mm de no eixo vertical, com 50 graus de campo vertical, ou seja, nem uma plossl de 50 graus seria possível muito menos ainda a de 84 graus. Adaptei uma lente cilíndrica de 2 dioptrias para corrigir meu astigmatismo. Assim posso observar sem óculos, corrigindo a miopia com o ajuste focal. O problema é o desconforto de tirar os óculos para observar ao telescópio e colocá-los novamente para o apontamento. A melhor solução seria o uso de lentes de contato. Mas é sempre bom lembrar que para observação quantitativa campos maiores que 30 graus não ajudam pois exploram excessivamente a visão periférica que é menos precisa para comparações. Por essa razão tenho adiado cada vez mais oculares de campo grande que além de muito caras não ajudariam minhas observações.
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« Responder #16 em: Fevereiro 22, 2007, 07:07:59 pm »
Caro AJC

As lente dos óculos correctivos estão mais perto do olho do que a primeira lente da ocular, "chamada de lente de olho", pelo que não precisa de ser tão grande como essa outra lente da ocular. As lentes de contacto, por exemplo, têm uns 12 mm a 13 mm de diâmetro e só com isso abrangem toda a visão possível, precisamente por estarem tão próximas do olho. Portanto, a lente dos óculos pode ser bem menor.

É certo que as melhores imagens que o olho podem ver são as que caem na mancha amarela (na retina), que cobre pouco mais de 1º. Mas o olho fixo (sem rodar o globo ocular) pode abranger simultaneamente um campo de uns 45º a 50º. Isto com o olho estático, olhando em frente. No entanto, campos maiores permitem:

a) que o olho percorra a paisagem sem ser preciso deslocar a pontaria do telescópio;

b) dispor de maior campo real, o que facilita apontar e localizar astros menos fáceis, por exemplo objectos do céu profundo;

c) manter durante mais tempo um objecto no campo de visão, sem mover o telscópio (por exemplo em telescópios sem seguimento, especialmente nos dobsonianos) e nos equatoriais não motorizados);

d) enquadrar simultaneamente no campo visual objectos de grandes dimensões aparentes: M31, ou conjuntos de obectos próximos entre si como o Enxame duplo do Perseu, ou os enxames abertos extensos (por ex. M45), etc.

e) observar simultaneamente um objecto e outros objectos vizinhos, sem necessidade de mover o telescópio; se a ocular for boa, e a nitidez se mantiver até quase à borda do campo, o olho pode rodar e colocar na melhor região da retina um objeto que esteja até desviado do centro do campo da ocular;

Por todas estas razões, há uma grande diferença e muito maior agrado quando se passa de uma  boa ocular de 50º para uma boa ocular de 68º ou 70º;. Não noto já tanta diferença ao passar de uma de 68º para uma de 84º.

De facto só há um caso a evitar: é utilizar oulares  de grande campo aparente (>70º) com amplificações tão baixas (demasiado baixas) que levem a pupilas de saída iguais à máxima pupila do olho(*). Nesse caso, com o olho centrado, olhando o centro do campo da ocular, a pupila de saída coincide em centro e em diâmetro com a pupila do olho do observador; mas se este observador quiser olhar para a borda do campo, ele irá rodar o seu globo ocular e então, a pupila do olho desvia-se lateralmente (**) e deixa de estar centrada com a pupila de saída. Então, a pupila de saída é diafragmada pela própria pupila do olho: estamos perdendo luz, pois embora a pupila do olho tenha, digamos 6,5 mm de diâmetro e a pupila de saída tenha também 6,5 mm de diâmetro, o facto de elas não estarem centradas dá origem a uma área útil (intersecção)bem menor, em forma de fuso***.
Trata-se de uma forma particular de "vignetting" na observação visual: é como se a abertura efectiva do telescópio diminuísse progressivamente à medida que olhamos para regiões mais afastadas do centro do campo da ocular.Este é um facto pouco conhecido, mas muito real. Se desenhar duas circunferências de, digamos 5 cm de diâmetro, se os centros delas estiverem a 3 cm um do outro verá que a área de intersecção, é bem pequena, bastante menor do que a área de um círculo de 5 cm de diâmetro!!!

Para observações de pormenor (o que não é o caso do céu profundo) nunca se devem usar pupilas de saída grandes, mesmo que a pupila do olho seja grande. As regiões marginais da pupila humana são de mais baixa qualidade óptica do que a região central. O olho só pode ser considerado como um instrumento de óptica praticamente perfeito quando a pupila do olho utilizada tem menos de 1 mm de diâmetro.
O olho só atinge um índice de Strehl de 80% (o limite mínimo para ser só limitada pela difracção) quando a pupila do olho tem menos de 2 mm de diâmetro)
. Quando a pupila do olho mede mais de 5 mm de diâmetro, o olho é um mau instrumento de óptica. O seu índice de Strehl é bastante fraco, devido às imperfeições de curvatura das regiões marginais da córnea, que prejudicam a formação de boas imagens e ainda, adicionalmente, devido às aberrações do olho que se intensificam nesse caso (grande abertura da pupila), sobretudo  aberração de esfericidade, coma e algum astigmatismo.

Quanto ao seu astigmatismo (o dos seus olhos), se utilizar pupilas de saída de 0,5 mm a 0,8 m quase de certeza que o seu astigmatismo não  se vai refectir nas observações, pois aí o AJC estará usando as regiões centrais da sua córnea (e o astigmatismo é causado sobre tudo pela má curvatura das regiões periféricas da córnea). Experimente e conte o resultado.

__________________
NOTAS:
* O caso em que a pupila de saída é ainda maior que a pupila do olho deve ser evitado, pois perde-se luz e a magnitude limite alcançada será menor (é como se o telescópio perdesse abertura). Se for um telescópio obstruído, a sombra da obstrução (também existente na pupila de saída) pode tapar parte significativa da pupila do olho e causar dficuldades de observação, além de também se perder luz.

** A pupila do olho desvia-se porque o centro de rotação do globo ocular  ficam muito atrás da córnea do olho!!!. Rodando o globo ocular, a pupila desvia-se lateralmente (veja o seu olho num espelho).

*** Por esta razão, oculares de mais de 70º de campo só deveriam ser utilizadas com pupilas de saída até 4 mm... 4,5 mm de diâmetro e não mais do que isso.

Boas observações
Guilherme de Almeida
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« Responder #16 em: Fevereiro 22, 2007, 07:07:59 pm »

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« Responder #17 em: Fevereiro 24, 2007, 02:30:10 am »
Citação de: "Guilherme de Almeida"
Caro AJC

É certo que as melhores imagens que o olho podem ver são as que caem na mancha amarela (na retina), que cobre pouco mais de 1º. Mas o olho fixo (sem rodar o globo ocular) pode abranger simultaneamente um campo de uns 45º a 50º. Isto com o olho estático, olhando em frente. No entanto, campos maiores permitem:

a) que o olho percorra a paisagem sem ser preciso deslocar a pontaria do telescópio;

b) dispor de maior campo real, o que facilita apontar e localizar astros menos fáceis, por exemplo objectos do céu profundo;

c) manter durante mais tempo um objecto no campo de visão, sem mover o telscópio (por exemplo em telescópios sem seguimento, especialmente nos dobsonianos) e nos equatoriais não motorizados);

d) enquadrar simultaneamente no campo visual objectos de grandes dimensões aparentes: M31, ou conjuntos de obectos próximos entre si como o Enxame duplo do Perseu, ou os enxames abertos extensos (por ex. M45), etc.

e) observar simultaneamente um objecto e outros objectos vizinhos, sem necessidade de mover o telescópio; se a ocular for boa, e a nitidez se mantiver até quase à borda do campo, o olho pode rodar e colocar na melhor região da retina um objeto que esteja até desviado do centro do campo da ocular;

Por todas estas razões, há uma grande diferença e muito maior agrado quando se passa de uma  boa ocular de 50º para uma boa ocular de 68º ou 70º;. Não noto já tanta diferença ao passar de uma de 68º para uma de 84º.



Pois é Guilherme,
...esses ítens acima só se justificam em grandes aumentos onde mover o telescópio pode ser uma tarefa complicada. Para pequenos aumentos e pequenas aberturas mover o telescópio é tão fácil e simples quanto mover o olho pois são pequenos, firmes e leves.
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« Responder #18 em: Fevereiro 24, 2007, 11:33:28 am »
Eu sou completamente fã dos campos aparentes grandes pelas razões que o Guilherme explicou e também simplesmente pela espectacularidade das imagens fornecidas. É a diferença entre olhar por exemplo para um enxame de estrelas por um tubo e olhar para esse mesmo enxame por uma janela. A ocular simplesmente parece que desaparece, ficando apenas o objecto longínquo e os nossos olhos.  No meu caso, passar de 50 graus para 68º e depois para 82º, a sensação que tive foi a der ter um telescópio novo.
Concordo que os 68º têm algo de mágico. Penso que é um campo aparente que se adapta perfeitamente ao nosso campo de visão.
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« Responder #19 em: Fevereiro 24, 2007, 11:36:36 am »
Eu tambem prefiro as oculares de grandes campos pelos motivos já indicados Prof. Guilherme e pelo João Marum. Dá-me sempre a impressão de estar ainda mais perto do universo... tem algo de mágico!...

Cumprimentos,
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Cumprimentos,
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« Responder #20 em: Fevereiro 24, 2007, 11:59:02 am »
Eu também partilho as opiniões do Astrolupa e João Marum! É como ver ( ou quase ) através de uns binóculos, com um grande campo estelar que nos dá aquela sensação de grandeza! 8)
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« Responder #21 em: Fevereiro 24, 2007, 12:41:35 pm »
Desculpem vir aqui estragar a sintonia dos campos grandes, mas razões económicas, falta de vista, e, pronto, uma pequena mania anti-fundamentalista fazem-me preferir oculares mais baratas :)

Bom, mas agora mais a sério.. Uma coisa engraçada é que oculares astrométricas não têm um campo muito grande. Essas oculares têm um desenho óptico em geral mais virado para não ter distorções na imagem, e serem bem simples em nº de elementos e transparentes.. Bom, e também são feitas ainda para levar uma plaquita de vidro "riscado" no plano focal..

Mas portanto, isto mostra que as oculares também são feitas para um dado fim.. Quem estiver mais interessado em ver o céu com todos os seus constituintes pode preferir um campo maior que contextualize o que está a ver, e quem estiver mais interessado só numa parte muito específica do céu, nomeadamente a sua medição, pode preferir oculares que lhes mostrem só essa parte.
Eu sinto-me mais à vontade em ter um círculo preto a limitar-me a visão para que eu me possa concentrar em dado pormenor, do que em ter o olho a nadar em estrelinhas distractivas e informação a mais visível..

Mas claro, sempre que posso vou bisbilhutar nos telescópios dos outros, ver pelas nagglers deles, e sempre que o faço tenho que levar comigo um guardanapo para limpar a baba.. ;)
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Re: campo
« Responder #22 em: Fevereiro 24, 2007, 03:59:37 pm »
Citar
Pois é Guilherme,
...esses ítens acima só se justificam em grandes aumentos onde mover o telescópio pode ser uma tarefa complicada. Para pequenos aumentos e pequenas aberturas mover o telescópio é tão fácil e simples quanto mover o olho pois são pequenos, firmes e leves.


Olá, AJC,
Note que, caro AJC, uma ocular de 68º (ou de 82º) pode abranger, por exemplo dois enxames ao mesmo tempo, visualizar uma conjunção (Lua- Júpiter,  por exemplo) ou localizar um objecto difícil o que também são vantagens [[alínea c) anterior]].
De facto, a probabilidade de dar com um objecto difícil no céu, apontando só aproximadamente, cresce com o quadrado do diâmetro do campo real.
Por exemplo, com 50x,:

—uma ocular de 50º cobre um grau de céu
   (0,7854 graus quadrados de área celeste);

—com as mesmas 50x, uma ocular de 68º cobre 1,36º
   (1,453 graus quadrados);

—ainda com as mesmas 50x, uma ocular de 82º cobre um campo de 1,64º (2,112 graus quadrados de área celeste).

Além disso, a ocular de maior campo aparente pode cobrir o mesmo campo real com maior amplificação, originando um céu mais escuro, o que facilita a detecção de objectos.

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« Responder #23 em: Fevereiro 24, 2007, 04:13:49 pm »
Citação de: "Fil"
Bom, mas agora mais a sério.. Uma coisa engraçada é que oculares astrométricas não têm um campo muito grande. Essas oculares têm um desenho óptico em geral mais virado para não ter distorções na imagem, e serem bem simples em nº de elementos e transparentes.. Bom, e também são feitas ainda para levar uma plaquita de vidro "riscado" no plano focal..
Mas portanto, isto mostra que as oculares também são feitas para um dado fim.. Quem estiver mais interessado em ver o céu com todos os seus constituintes pode preferir um campo maior que contextualize o que está a ver, e quem estiver mais interessado só numa parte muito específica do céu, nomeadamente a sua medição, pode preferir oculares que lhes mostrem só essa parte.
Eu sinto-me mais à vontade em ter um círculo preto a limitar-me a visão para que eu me possa concentrar em dado pormenor, do que em ter o olho a nadar em estrelinhas distractivas e informação a mais visível...


Olá, Fil
Também é verdade. As oculares com comportamento ortoscópico (as ortoscópicas propriamente ditas e outras que também têm distorção muito baixa) são indicadas para retículos astrométricos, para que segmentos de recta no retículo sejam vistos pelo observador como segmentos de recta e não como arcos.
Para algumas finalidades pode haver interesse num campo mais estreito. Mas para visualizar objectos extensos (>0,7º) do céu profundo, a satisfação do observador é maior com oculares de campo extenso.

Muitas oculares grande angulares (Panoptic, Nagler, Vixen LVW, Widescan etc., têm distorção em almofada detectável visualmente: os segmentos de recta fora do centro do campo aparecem curvos com a concavidade voltada para o lado exterior do campo, e isso nota-se tanto mais quando mais longe o segmento estiver do centro do campo: observando uma janela quadrada ou rectangular, que cubra mais uns 2/3 do campo, isso salta à vista de modo óbvio!. Ou, por outras palavras, a amplificação não é constante em todo o campo e é menor no centro; isto permite que uma ocular consiga cobrir um pouco mais de campo do que aquilo que se deduz de cálculos baseados no diâmetro do seu disfragma de campo.

Mas à parte o uso de retículos e obervações terrestres, na exploração de amplos campos de estrelas da Via Láctea quase não se dá pela distorção, a não ser que o observador esteja com muita vontade de a detectar e se concentre mais nisso do que na observação propriamente dita.

A TMB lançou agora uma ocular de 8 elementos (Paragon Series), com f=40 mm e 68º, com 16 mm de relevo ocular, que tem comportamento ortoscópico (=sem distorção detectável), mas não é uma ocular de "fórmula" ortoscópica**.
Custa no Markus Ludes uns 295 euros, o que é muto mais barato que uma Panoptic semelhante (e a Paragon não tem a distorção da Panoptic).


NOTA** - A Paragon apresenta correcção das outras aberrações muito superior a uma ortoscópica tradicional, e tão pouca distorção como uma ortoscópica
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« Responder #24 em: Fevereiro 24, 2007, 05:04:24 pm »
Pelo que tenho visto no cloudynights, existe mesmo muita gente a recomendar a Paragon de 40mm. Dizem que em comparação com a panoptic de 41mm,  pesa bem menos no telescópio e também na carteira.
Outra ocular que eu gostava de exprimentar era a Meade UWA series 4000 de 14mm. Dizem não ter essa distorção "efeito almofada". Tanto as Naglers como as Panoptics têm esse efeito, embora para o uso que lhes dou, que é observação de céu profundo, não me incomoda mesmo nada. Claro que para fazer medições não são adequadas.

Já agora Guilherme. O chamado relevo ocular é a tradução de eye relief? É que tenho sempre essa dúvida, pois já vi várias traduções diferentes como alívio de olho e distancia ocular. Obrigado.
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Offline Paulo Gordinho

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« Responder #25 em: Fevereiro 24, 2007, 06:39:07 pm »
Não sei se é pelo facto de já estar habituado as minhas oculares, mas parece que certos campos aparentes se aplicam melhor a certas amplificações.

Ao passar dos 52º de campo aparente das oculares de origem do meu telescópio para 60º, 68º e 82º reparei que sai bem mais beneficiado em termos de campo real, do qual me era proporcionado pelas oculares de origem, quase que ganhei um novo telescópio  :)

Falando das minhas oculares no meu telescópio, pois não é minha intenção estar aqui a fazer publicidade a marcas, vou falar do que tenho, pois ai tenho alguma experiência,  e levando em consideração que as minhas observações são efectuadas com um telescópio com seguimento manual, durante horas seguidas de observação, um facto que considero importante devido a exaustão visual que provoca ao observador, a busca de alvos em mapas, apontar aos mesmos e observa-los.

O campo real proporcionado pela minha Panoptic 24mm 68º  (50x) Veio me lançar no universo, como que uma janela, a sensação de proximidade para com os objectos observados e tão grande que me leva mais perto das estrelas, acho que é uma boa relação entre campo aparente e baixa amplificação, campos aparentes maiores são de veras espectaculares, mas em baixas amplificações levam a que  o olho faça muitas deslocações dentro de tão grande área, algumas até abusando do conforto de rotação do olho humano, acelerando assim a exaustão do mesmo dentro de tão grande campo, ou seja, levando a um cansaço mais rápido do olho.
68º de campo adapta-se perfeitamente ao olho humano, como que uma luva a uma mão :)

No caso da minha Radian 8mm 60º (150x) É de longe a ocular mais confortável que tenho, a sensação de observar durante horas a fio, sem que o cansaço se faça sentir, é simplesmente única, este campo é suficiente, visto que aqui estamos a entrar no campo da observação de pormenores, não ha tanta deslocação do olho dentro da ocular, estamos mais concentrados a um alvo único.

Nagler 5mm 82º (240x) É de facto um campo soberbo, quem já observou por um campo destas dimensões nunca vai esquecer semelhante experiência, por incrível que seja um campo tão grande numa ocular de curta relação focal, veio a me deliciar com um seguimento mais duradouro, pois o objecto a observar pode ser seguido durante mais tempo sem ter recorrer a tão frequentes correcções de seguimento, pelo facto de utilizar um telescópio Dob de seguimento manual, aqui ha que ter campo :)

Assim sendo, acho que diferentes campos transmitem sensações diferentes, em termos de conforto, facilidade de manuseamento, grandeza visual, no fundo um campo aparente maior  contribui para uma maior melhoria nas condições de observação.

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« Responder #26 em: Fevereiro 24, 2007, 08:24:40 pm »
Citação de: "joao marum"
Pelo que tenho visto no cloudynights, existe mesmo muita gente a recomendar a Paragon de 40mm. Dizem que em comparação com a panoptic de 41mm,  pesa bem menos no telescópio e também na carteira.
Outra ocular que eu gostava de exprimentar era a Meade UWA series 4000 de 14mm. Dizem não ter essa distorção "efeito almofada". Tanto as Naglers como as Panoptics têm esse efeito, embora para o uso que lhes dou, que é observação de céu profundo, não me incomoda mesmo nada. Claro que para fazer medições não são adequadas.

Já agora Guilherme. O chamado relevo ocular é a tradução de eye relief? É que tenho sempre essa dúvida, pois já vi várias traduções diferentes como alívio de olho e distancia ocular. Obrigado.

Olá, João Marum
"Relevo ocular" é o mesmo que "afastamento da pupila de saída". "Alívio de olho" é um termo inadequado pois não se stá a "aliviar" nada, mas sim a indicar uma distância. Note que relevo ocular tem  a vantagem de só utilizar 2 palavras e afastamento da pupila de saída precisa de 5 palavras.
Quanto à Paragon, é verdade. A Paragon 40 mm, além de ter muito menor distorção do que a Panoptic (indetectável), tem mais nitidez nos bordos do campo. A imagem é nítida de extremo a extremo do campo.
Quem já a experimentou diz que gostou mais dela do que da Panoptic, e por pouco mais de metade do preço desta.
Pode encontrar a Paragon 40 mm no site do Markus Ludes (http://www.apm-telescopes.de)
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Guilherme de Almeida
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Re: campo
« Responder #27 em: Março 01, 2007, 04:56:46 am »
Citação de: "Guilherme de Almeida"
De facto, a probabilidade de dar com um objecto difícil no céu, apontando só aproximadamente, cresce com o quadrado do diâmetro do campo real.
Por exemplo, com 50x,:

—uma ocular de 50º cobre um grau de céu
   (0,7854 graus quadrados de área celeste);

—com as mesmas 50x, uma ocular de 68º cobre 1,36º
   (1,453 graus quadrados);

—ainda com as mesmas 50x, uma ocular de 82º cobre um campo de 1,64º (2,112 graus quadrados de área celeste).

Além disso, a ocular de maior campo aparente pode cobrir o mesmo campo real com maior amplificação, originando um céu mais escuro, o que facilita a detecção de objectos.

Boas observações
Guilherme de Almeida


Não creio que investir em oculares tão caras seja o melhor caminho para localizar objetos no céu. Talvez um melhor dimensionamento da buscadora seja mais eficiente para esse fim.
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« Responder #28 em: Março 01, 2007, 08:59:32 pm »
Olá, AJC

É verdade que um bom buscador é uma grande ajuda, mas não substitui a espectacularidade das oculares de campo amplo.
Veja que não noto grande vantagem nas oculares de 82º de campo aparente em comparação com as de 68º a 70º. Mas há uma enorme diferença entre uma ocular de 68º-70º e uma de 50º. É um salto colossal.

Quando estamos com uma amplificação relativamente alta, por exemplo 150x-200x, para escurecer o céu, e procurar um objeto pequeno, de aparência ainda estelar a 40x-50x (por isso vamos para as 150x-200x), o campo de uma ocular de 50º é diminuto e os objectos que parecem estar no centro do campo do buscador (bem alinhado) podem já estar fora do campo do telescópio.

É claro que um buscador de 9x aponta bem dentro de certos limites: dentro deles, o que parece estar no centro do seu retículo ainda estará no campo do telescópio para amplificações desse atelescópio até 10x a 12x a amplificação do buscador. Num buscador de 9x esse limite é de cerca de 90x a 110x, aprox.
Amplificando bastante mais, o campo do telescópio será tão pequeno que o observador, olhando pelo buscador, tem muita dificuldade em discernir se o objecto está mesmo no centro do retículo ou não. Um objecto parece estar no centro do retículo mas pode estar muito ligeiramente ao lado, de modo imperceptível, parecendo estar no centro.O observador coloca o seu olho no telescópio e não vê o objecto, mas o buscador está alinhado. Estes limites também podem ser excedidos com uma ocular de maior campo. A alternativa é estar sempre a mudar de ocular, o que é incómodo.


Por exemplo. a 50x, as Plêiades não cabem todas no campo de uma Plossl de 50º, mas cabem folgadamente numa ocular de 68º que dê as mesmas 50x.

Para a detecção de obsjectos difusos, hé toda a vantagem em poder cobrir o mesmo campo real com maior amplificação, utilizando uma ocular de maior campo aparente.

Repare que eu não digo que é absolutamente essencial utilizar oculares grande-angulares para uma pessoa ter prazer na observação astronómica visual. Mas aumenta muito esse prezer.

Abraço
GA
« Última modificação: Março 02, 2007, 07:33:24 pm por Guilherme de Almeida »
Guilherme de Almeida

Offline joao marum

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« Responder #29 em: Março 02, 2007, 12:09:23 am »
O que vou dizer é baseado na experiencia ainda longe de ser vasta de uso de diferentes oculares. Basicamente, duas oculares que tenham o mesmo campo real, prefiro a de maior campo aparente por ser de maior amplificação e logo, escurecer mais o céu. Acho isto bastante útil. Além disso, uma ocular de grande campo aparente ( que dê o maior campo real possível), é um bom complemento ao meu buscador, porque grande parte dos objectos de céu profundo que procuro não são visíveis no buscador e a ocular de grande campo ajuda bastante a centra-los.
A ocular que tenho usado nas observações das últimas semanas para procurar galaxias pequenas é a nagler20mm por dar um campo real ainda bastante grande e permitir uma amplificação extra para a localização destes objectos de pequenas dimensões angulares. Caso a galaxia tenha dimensões angulares um pouco superiores mas de brilho superfícial baixo, a maior amplificação e o céu um pouco mais escuro sempre ajuda mais um pouco a destaca-la do fundo.
Além disso, o caso da nagler31mm, que é a ocular de maior campo real de que disponho, permite um campo real de 1.9 graus no meu telescópio com uma pupila de saída de 6.3mm que já é um pouco excessiva caso não tenha a visão bem adaptada.  A panoptic de 35mm, que tambem é uma execelente ocular, daria um campo real de 1.8 graus, mas com uma pupila de saída de 7.1 mm. Isto para não falar na pupila de saída que uma plossl com o mesmo campo real daria.
Pontos negativos? O custo claro está. Reconheço perfeitamente que existem outras alternativas com relação qualidade/preço bem superiores. Mas como gosto da astronomia desde que me conheço, não tenho vícios e sei que a astronomia é algo que faz parte de mim e que acredito irá continuar a ter por muitos anos um papel bastante importante na minha vida, acredito que as  oculares de grande qualidade são investimentos que só se fazem uma vez desde que sejam bem tratadas. Para mim, que sou estudante e estou longe de ser rico, valeu bem a pena o esforço que fiz para ir juntanto dinheiro. Se fôr bem ver as coisas, por exemplo, um computador que eu compre hoje, daqui a 5 anos vai estar ultrapassado e terei de comprar outro, enquanto que a ocular vai continuar a ser completamente usável por muitos anos.
Compreendo perfeitamente que todos estamos na astronomia à nossa maneira e todos temos a nossa opinião sobre o que vale ou não vale a pena.
« Última modificação: Janeiro 01, 1970, 01:00:00 am por joao marum »
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João Marum
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« Responder #29 em: Março 02, 2007, 12:09:23 am »