A NASA está a divulgar novas imagens de Marte, tiradas pela sonda Mars Odyssey, que permitem observar algo de inédito na investigação daquele planeta. Além de mais formas geológicas que apontam para a existência de água num passado remoto, surgiram também fotos daquilo que parecem ser entradas para cavernas.

Os buracos encontram-se na vertente de um vulcão e já foram baptizados de "sete irmãs", cada gruta com o seu nome feminino. A descoberta sugere a existência de espaços interiores e foi feita por intermédio da medição de temperaturas, em imagens de infravermelhos. Segundo Glen Cushing, da equipa da Universidade de Arizona que estudou as fotografias, durante o dia os locais são "mais frescos do que a superfície à volta e mais quentes de noite".
O cientista, citado no site oficial da NASA, afirma que o comportamento térmico dos buracos "não é tão estável como o de grandes cavernas na Terra, as quais conseguem manter uma temperatura relativamente constante". Apesar de tudo, esta observação "é consistente com a ideia de buracos profundos no solo".
A descoberta está a entusiasmar os cientistas, pois a confirmarem-se as cavernas marcianas haverá uma forma de estudar Marte em profundidade. Estes locais podem ser um nicho protector de vida (caso ela exista) e deverão conter informação sobre o passado do planeta. A caça à detecção de novas grutas já foi lançada, baseando-se no mesmo método de comparar as temperaturas diurnas e nocturnas da superfície marciana.
Os cientistas também adiantam uma possível explicação para a existência destas formações. As entradas das grutas estão no vulcão Arsia Mons, não longe da maior montanha marciana, Olympus Mons. Aparentemente, o colapso da caldeira ou de partes dela poderá explicar a formação de orifícios e falhas internas.
A elevada altitude das grutas (Arsia Mons tem 16 quilómetros de altura) inviabiliza, segundo os cientistas, a candidatura a habitat humano ou local ideal para albergar vida microbiana.
In DN