Aí está a explicação:
Um estágio superior Breeze-M explodiu em órbita terrestre criando mais de 1000 detritos espaciais.
A 28 de Fevereiro de 2006 o foguetão 8K82KM Proton-M/Breeze-M (53511/88515) era lançado desde o Complexo LC200 PU-39 do Cosmódromo GIK-5 Baikonur, Cazaquistão, transportano o satélite Badr-1 (Arabsat-4A) a bordo. Os três estágios do foguetão lançador desempenharam a sua função sem qualquer problema, mas a queima do estágio superior Breeze-M (88515) não correu como previsto deixando o satélite numa órbita inútil. Após considerações iniciais acerca de planos para salvar o satélite de comunicações utilizando a gravidade lunar, foi decidido abandonar o Badr-1 e este acabou por reentrar na atmosfera. Entretanto o estágio Breeze-M (88515) permaneceu em órbita com os tanques quase cheiros de propolentes hipergólicos.
Os propolentes hipergólicos são altamente tóxicos e corrosivos, entrando em ignição quando em contacto, não necessitando de um oxidante como o oxigénio líquido. As membranas de isolamento que se encontram nas condutas dos propolentes acabaram por sofrer os efeitos da corrosão devido à exposição prolongada aos mesmos em órbita, levando a que entranssem em contacto e à posterior explosão do veículo.
No dia 19 de Fevereiro, astrónomos amadores na Austrália detectaram uma brilhante explosão em órbita que se assemelhava à combustão de um veículo no espaço. Inicialmente era desconhecida a causa deste fenómeno, mas análises posteriores levaram à determinação de que se tratava da mesma órbita onde se encontrava o estágio Breeze-M (88515). Outras hipóteses sugeriram que o veículo tería sido atingido por um micrometeoro, mas a explicação mais lógica parece sugerir uma falha no mesmo relacionada com os seu propolente (situação já anteriormente verificada em órbita com outros estágios superiores).
O Comando Espacial norte-americano já detectou 1111 detritos em órbita. Tendo em conta que somente os detritos superiores a 10 cm são detectados, então pode-se concluir que o resultado da explosão será muito maior. O número de detritos detectados será superior aos que resultaram da destruição do satélite meteorolígico chinês Feng Yun-1C durante um teste anti-míssil no passado mês de Janeiro.
A órbita dos detritos irá eventualmente fazer com que estes acabem por reentrar na atmosfera, mas devido à sua altitude ainda deverão permanecer em torno da Terra durante algum tempo.
Fonte: Boletim em Órbita