Lançamento efectuado com sucesso.
Cientistas europeus lançaram nesta quarta-feira um satélite para procurar novos planetas parecidos com a Terra fora do Sistema Solar e para explorar o interior de estrelas, afirmou a Agência Espacial Europeia (ESA).
O projecto francês, baptizado de Corot, colocará em órbita um telescópio capaz de detectar planetas menores do que os conhecidos actualmente. Um porta-voz da ESA disse que o lançamento transcorreu sem problemas a partir do Cazaquistão, mas os especialistas só saberão se o satélite se separou de sua nave lançadora corretamente no final desta tarde.
Cientistas brasileiros participam também no projecto e terão direito de explorar os dados científicos a serem obtidos, segundo um acordo de cooperação que foi firmado.
"O Corot será capaz de encontrar planetas extra-solares de todos os tamanhos e tipos, ampliando o que podemos fazer a partir do solo neste momento", afirmou à rádio France Info Claude Catala, uma pesquisadora envolvida na missão.
"Esperamos ter uma idéia melhor sobre os sistemas planetários localizados além do Sistema Solar e sobre a distribuição dos planetas segundo as suas dimensões", disse a pesquisadora.
"E, finalmente, o Corot nos permitirá estimar a probabilidade de existirem planetas semelhantes à Terra nas vizinhanças do Sol ou em galáxias ainda mais distantes."
Já foram encontrados planetas a orbitar estrelas que não o Sol, mas esses corpos celestiais nunca puderam ser vistos directamente. Os cientistas deduziram a existência deles com base nas "oscilações" sofridas por uma estrela como resultado da força gravitacional dos planetas que giram em torno dela.
O Corot, um projecto do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES, um órgão francês) do qual participa a ESA, será capaz de encontrar planetas menores e rochosos usando um método diferente.
Ele medirá a luz emitida por uma estrela e detectará qualquer diminuição de brilho provocada quando um planeta passa na frente dela.
Da mesma forma que os planetas maiores achados até agora, os novos planetas, a fim de serem percebidos, terão de estar a orbitar perto das suas estrelas.
"Tais planetas representariam uma nova classe de corpo celestial, uma classe ainda desconhecida e que os astrónomos acreditam existir. Com o Corot, os astrónomos esperam encontrar entre dez e 40 desses planetas, além de dezenas de novos gigantes gasosos", disse a ESA.
A agência espacial da Europa afirmou que o Corot também usaria ondas sonoras que ressoam através de uma estrela, gerando mudanças de luminosidade e dando aos cientistas uma amostra do próprio interior dessas estrelas.
"Isso cria um 'estrelemoto' que provoca ondulações sobre a superfície da estrela, alterando a luminosidade dela. O tipo de ondulação permitirá aos cientistas determinar com precisão a massa da estrela, a sua idade e a sua composição química", disse a ESA.
Em 2008, a agência espacial dos EUA (Nasa) deve lançar o primeiro telescópio espacial capaz de detectar planetas do tamanho da Terra encontrados em órbitas semelhantes à nossa, disse a ESA.
Fonte: Agência Reuters in Yahoo News