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Offline PauloSantos

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Vulcão activo poderá alterar mancha brilhante de Titan.
« em: Outubro 18, 2006, 01:26:18 pm »
De acordo com uma análise controversa de imagens da sonda Cassini, a mancha mais brilhante na lua de Saturno, Titã, tem vindo a crescer e a aumentar de brilho, sugerindo a existência de um vulcão activo. Se assim for, esta seria a primeira indicação de actividade vulcânica actual na gigante lua.

Os cientistas estão interessados em saber se Titã é vulcanicamente activo, pois os vulcões podem ajudar a fornecer a grande quantidade de metano observado na sua atmosfera. O metano é rapidamente quebrado pela luz solar, por isso deve estar de alguma maneira a ser refornecido.


A mancha brilhante de Titã duplicou em tamanho e em brilho em Março de 2005, quando comparada com imagens tiradas em Julho de 2004.
Crédito: NASA/JPL/Universidade do Arizona

O instrumento VIMS (Visual and Infrared Mapping Spectrometer) revelou uma brilhante mancha com 400 km em Titã durante o seu primeiro voo rasante pela lua em Julho de 2004. A mancha - a mais brilhante na lua - fica situada a Sudeste de uma brilhante região, muito maior, chamada Xanadu. Na altura da descoberta, os cientistas da Cassini pensaram que a mancha poderia ser uma nuvem ou um bocado de nevoeiro, mas também sugeriram que pudesse ser um local de actividade vulcânica.

Observações posteriores mostraram que cresceu e ficou mais brilhante, apenas para reduzir o brilho e o tamanho novamente. Por exemplo, a mancha duplicou o brilho aquando da descoberta em Março de 2005, mas já tinha regressado ao nível original em Novembro. Em Dezembro, aumentou novamente, e tem vindo a diminuir gradualmente desde aí.

Também parece crescer durante as suas "explosões", duplicando uma área de 70,000 quilómetros quadrados.

Agora, o membro da equipa da Cassini, Robert Nelson, do JPL em Pasadena, EUA, sugere que a mancha é o local de um vulcão - e os episódios de aumento de brilho são erupções.

A mancha não é provavelmente uma nuvem, porque estas tendem a quebrar-se após várias horas ou dias e têm cores distintas que não coincidem com a da mancha, diz Nelson. Também não deverá ser um bocado de nevoeiro, dado que a Cassini mede mudanças dramáticas no espectro de luz da mancha durante os eventos de aumento de brilho.

"A partir de hoje, devemos adicionar Titã ao grupo de objectos que exibe vulcanismo," afirma. "Já vimos vulcanismo activo."

Karl Mitchell, também do JPL, diz que esta é a melhor prova até agora de actividade vulcânica regular. "Não diria que estou 100% convencido, mas [Nelson] propõe um caso bem convincente," disse.

Mas Robert Brown, líder da equipa VIMS da Cassini e cientista na Universidade do Arizona em Tucson, EUA, diz que as aparentes variações na mancha são provavelmente apenas uma ilusão provocada pela neblina na atmosfera de Titã. Esta neblina varia com o tempo e é difícil de prever nas observações.

"Não existem provas conclusivas de quaisquer vulcões activos em Titã actualmente," disse Brown. "Nem existem provas tantalizantes."

Jason Barnes da Universidade do Arizona em Tucson, EUA, concorda. A actividade vulcânica pode, de uma maneira concebível, ocorrer quando uma mistura de água líquida e amoníaco vem desde partes subterrâneas até à superfície, acrescenta.

Mas a sua temperatura deveria ser pelo menos de 170 K (-103ºC), e nenhum calor extra foi já observado em conjunção com a mancha, que tem uma temperatura de cerca de 94 K (-179ºC), tal como o resto da lua. "Se houvesse um salto de 10 ou até 20 K, seria bastante evidente," afirma.

David Stevenson do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, EUA, sugere que os eventos de aumento de brilho poderão, ao invés, ser o resultado do metano enterrado na sub-superfície aquecer e ser libertado.

Ele diz que descobrir o tipo de material que está causando as variações de brilho pode dar algumas pistas sobre o que está causando os eventos. "Identificar a composição é crucial".

A Cassini já encontrou provas geológicas de vulcões noutras partes de Titã, mas nenhuns outros sinais de actividade corrente. Nelson apresentou o seu estudo sobre a mancha a semana passada num encontro da Divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Astronómica Americana, na Califórnia, EUA.

Fonte: Centro de Ciência Viva do Algarve
« Última modificação: Janeiro 01, 1970, 01:00:00 am por PauloSantos »
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Vulcão activo poderá alterar mancha brilhante de Titan.
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