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Explosão de supernova é registada ao vivo pela primeira vez
« em: Agosto 31, 2006, 01:35:00 pm »
Equipas anglo-americanas de astrónomos afirmam ter registado pela primeira vez a explosão de uma supernova: a morte de uma estrela maciça que normalmente só pode ser vista dias depois de ocorrer. Em estudos que serão publicados na edição desta quinta-feira da revista científica britânica Nature, quatro equipas internacionais de cientistas afirmam que a extraordinária explosão foi precedida de uma erupção curta e acentuada de raios gama. O flagrante, afirmaram, é a primeira confirmação de uma teoria segundo a qual as supernovas se seguem a um "sinal de alerta remoto" deste tipo.

As supernovas ocorrem quando uma estrela enorme e madura fica sem combustível e sofre um colapso catastrófico e explosivo em si mesma. O limiar da explosão - denominado "shock breakout" (algo como erupção de choque) - é uma onda de energia que se espalha pelo espectro de frequência. Em 18 de Fevereiro deste ano, uma sonda sentinela americana, o telescópio Swift, captou uma liberação de raios gama numa galáxia em formação há cerca de 440 milhões de anos-luz, na direcção da constelação de Áries.

À medida que se voltava na direcção da explosão, a Swift também transmitia a sua descoberta para grandes observatórios espaciais e terrestres. Os dados combinados dos seus sensores foram reunidos para dar uma imagem do que aconteceu nos próximos 17 dias. Os raios gama sempre foram associados com a consequência das supernovas. Tipicamente são grandes liberações de energia: em alguns segundos, são capazes de liberar mais energia do que o Sol fará em toda a sua expectativa de vida, de 10 bilhões de anos.

Mas estes raios gama foram altamente incomuns. Demoraram cerca de 40 minutos, enquanto uma típica liberação de raios gama dura alguns milissegundos ou décimos de segundo no máximo e, também, foram notavelmente fracos - um tipo moderado de raios gama conhecidos como flash de raios-X. Os astrónomos acreditam que esta explosão foi um jacto de alta energia liberado da estrela agonizante de seu centro em colapso. Na essência, enviou uma mensagem de que a supernova era iminente.

De repente, enquanto os raios gama desvaneciam, a estrela maciça explodiu em pedacinhos, causando uma onda de choque "suavemente anesférico" (ou seja, cujo raio de curvatura não é constante), que se espalhou pelos céus. Os restos cintilantes da estrela foram confirmados oticamente dois dias depois e classificados como supernova SN 2006aj. "Normalmente estes eventos não são detectados até depois que a supernova tenha brilhado substancialmente no comprimento de onda óptico, muitos dias depois da explosão inicial", disse Keith Mason, chefe-executivo do britânico Conselho de Física de Partículas e Pesquisa em Astronomia (PPARC, na sigla em inglês), que opera um telescópio ultravioleta/óptico a bordo do Swift.

"Mas, na ocasião, conseguimos estudar o notável evento em toda a sua glória, desde o início", acrescentou. Uma análise, conduzida por Alex Filippenko, professor de astronomia da Universidade da Califórnia em Berkeley, sugere que a estrela tinha uma massa cerca de 20 vezes o Sol antes de explodir.

Os restos de uma supernova podem se tornar uma estrela de neutrons (de alta rotação e que pulsa com grande energia) ou, no caso de estrelas muito maciças, um buraco negro, ou seja, uma região do espaço cujo a força gravitacional é tão grande que nem mesmo a luz consegue escapar dele. As supernovas desempenham um importante papel na superstição e no conhecimento.

Uma supernova detectada pelo astrónomo dinamarquês Tycho Brahe, em 1572, e que durou pelos próximos 18 meses ajudou a derrubar o conceito estabelecido por Aristóteles de que o Universo era fixo e imutável. A estrela de Tycho teve um tal efeito na mente popular e comenta-se que foi a inspiração para o presságio celeste da peça "Hamlet", de William Shakespeare.

Fonte: AFP em Noticias.Terra.br
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