O LHC (Large Hadron Collider - Grande Colisor de Hadrões) está prestes a entrar em acção. É já esta quarta-feira e alguns cientistas dizem que pode provocar o fim do mundo.
Trata-se do maior acelerador de partículas, localizado no CERN (Organização Europeia para Investigação Nuclear), na Suíça, possui um túnel de 100 metros na fronteira com a França, onde os protões serão acelerados no anel de colisão que tem cerca de 27 km de circunferência e 8,6 km de diâmetro.
Vem aí outro «Big Bang»
Um dos principais objetivos do LHC é tentar explicar a origem da massa das partículas elementares e encontrar outras dimensões do espaço, tentando desvendar alguns segredos do universo. O desafio é fazê-lo sem destruir o mundo.
Produzindo um feixe de protões em cada direcção do anel, a intenção é colidi-los quando estiverem na máxima velocidade. O impacto é capaz de simular condições próximas às que existiram logo após o Big Bang.
Os cientistas envolvidos nesta experiência, a maior de sempre, até já foram alvos de ameaças de morte, precisamente devido a esse risco de causarem o fim do mundo. Várias pessoas têm recebido e-mails e chamadas telefónicas ameaçadoras, de pessoas que dizem temer o surgimento de terramotos e tsunamis, denunciou o The Telegraph.
In Diário IOL
Grande Colisor de Partículas está pronto para desvendar segredos do universo
O Grande Colisor de Hádrons (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo, começará a funcionar com toda a sua capacidade nesta quarta-feira na fronteira entre França e Suíça, penetrando nos mistérios da matéria e da origem do Universo, há 13,7 bilhões de anos.
Este instrumento colossal, no qual trabalharam cerca de 5.000 físicos e engenheiros durante mais de uma década, é o maior projeto científico dos últimos anos.
Robert Aymar, diretor geral da Organização Européia para a Pesquisa Nuclear (CERN), está convencido de que o LHC proporcionará aos cientistas "descobertas que mudarão nossa visão de mundo, em particular sobre sua criação".
A partir de 1996, a CERN iniciou a construção a uma profundidade de 100 metros sob a terra nas imediações de Genebra um anel de 27 km de circunferência, esfriado durante dois anos até chegar a menos 271,3 graus centígrados, ou seja, 1,9º C a mais que o zero absoluto.
Ao redor do anel foram instalados quatro grandes detectores, em cujo núcleo serão produzidas grandes colisões de prótons (partículas da família dos hádrons). O LHC atingirá 99,999% da velocidade da luz, de cerca de 300.000 km por segundo.
Em potência máxima, 600 milhões de colisões por segundo gerarão o surgimento de partículas, algumas das quais nunca foram observadas.
Para selecionar os 15 milhões de gigaoctetos de dados recolhidos anualmente, onze centros distribuirão a informação bruta para 200 instituições do mundo, que a analisarão e arquivarão.
Entre os detectores, o Atlas e o CMS foram desenhados para esquadrinhar o chamado Bóson de Higgs, uma partícula elementar que dotaria outras partículas de uma massa. Sua ausência sacudiria a física teórica.
"Há uma forte probabilidade de que o Bóson de Higgs possa ser observado", afirma Yves Sacquin, do Instituto francês de Pesquisa sobre Leis Fundamentais do Universo (Irfu).
A respeito do Higgs, "estamos convencidos de que existem no universo várias partículas muito mais pesadas do que as que conhecemos. É o que chamamos sem dúvida de matéria negra", explica Aymar.
"O LHC proporcionará a identificação e a compreensão dessa matéria negra", que compõe 23% do universo, enquanto que a ordinária representa 4% e o restante é constituído de energia escura.
Outro detector, o LHCb, tentará elucidar o que aconteceu com a antimatéria, presente no momento do Big Bang em partes iguais com a matéria.
O Alice analisará as colisões de íons de chumbo com o objetivo de recriar em um lapso relâmpago a "sopa" primordial de quarks e glúons que formavam a matéria durante os primeiros microssegundos do universo, antes da criação de prótons.
Quando entrar em funcionamento na quarta-feira de manhã o primeiro feixe de partículas, serão injetadas no acelerador pacotes de 100 bilhões de prótons.
Após o arranque do segundo feixe, que girará em sentido inverso ao primero, serão provocadas colisões de energia cada vez mais elevadas, até alcançar sete vezes a potência do Fermilab norte-americano, até agora o acelerador mais potente.
O projeto, que teve a contribuição de países europeus, Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão, custou 3,76 bilhões de euros.
In AFP