É o maior buraco negro descoberto até hoje, mas o M33, como lhe chamaram os astrofísicos, não se fica por aí em matéria de recordes. Este é também o primeiro objecto no seu género descoberto noutra galáxia, que não a Via Láctea, e o primeiro inserido num sistema binário. Ou seja, está associado a uma estrela de proporções gigantescas, que tem 70 vezes a massa do Sol. Tudo boas razões para a equipa publicar hoje um artigo na Nature.
"Esta descoberta levanta toda a espécie de perguntas sobre a forma como um sistema deste tipo se formou", afirmou Jerome Orosz, investigador da universidade de São Diego e líder da equipa. Uma delas tem a ver com a origem deste par, composto por um buraco negro que orbita uma estrela massiva. Este conjunto simplesmente não encaixa nos modelos teóricos disponíveis. Por isso o seu estudo poderá agora ajudar a construir um quadro mais completo e mais aproximado da realidade. E, aí, é o próprio M33 que dá uma ajuda, já que a sua órbita em torno da sua companheira permitiu as melhores medições de sempre das dimensões da própria estrela. E esta, prevêem os cientistas, tornar-se-á um dia também um buraco negro.
In DN