Muito boas mr. Fil, parabéns! Nota-se que as estrelas estão mais redondinhas, menos "abolotadas"!
Hmm!.. pois é.. interessante.. já explico..
Realmente o Orion_PKFD notou isso e muito bem. Apesar do tempo de exposição ser quase o dobro do tempo da anterior, há que notar também que a mais recente usou um filme de menor sensibilidade (200 versus 400) e também foi utilizada uma distancia focal maior, o que por si só requer um tempo de exposição maior...
err.. oops, esqueci-me a dizer que o rolo, apesar de ser de 200 ASA, foi pedido na revelação para puxarem 1 stop.. ou seja, ficaria mais parecido com 400 ASA. Muito embora, já ouvi dizer que nunca fica bem como se fosse 400, e fica mais parecido de 360... Não sei, sinceramente não descortinei isso ainda.. O que é certo é que um rolo é Kodak e ou outro Fujifilm.. Há aqui muita variável ao barulho, não dá para fazer uma comparação a serio..
Quanto ao brilho, depois de tanta porcaria que eu tive que fazer (já explico, também) e com a digitalização, eu não me guiava por aí.. A menos que seja "brilho" em função da "quantidade de ruído".. Acho que o ruído é que pode ser usado como bitola
Ainda assim, de F/8 para F/6 (que é perto de F/5.6) vai quase 1 stop. Ou seja, é uma diferença de luz para o dobro. Logo é natural que em exposições curtas, em fotografia diurna, com F/5.6 se leve metade do tempo de se fosse F/8. Como com pouca luz o filme tem uma maior falha de reciprocidade (fica menos sensível à medida que vai apanhando luz, ou dependendo da quantidade de luz que lá chega) na realidade precisa de mais tempo do que o dobro. Com isto também se perde contraste, mas até certo ponto discutível é o que nós queremos: na mesma foto ter bem visível coisas brilhantes e ténues (excepto céu
)
Claro que se o mr. Fil alguma vez disponibilizar a imagem em tamanho real (ou uma versão reduzida a 1/4 do original não "cropped"), vai-se perceber a diferença entre F/6 e F/8 em termos de escala.
Tás-me a dar trabalho
Mas eu vou ver o que arranjo :geek: Mas outra vez, olhando para o ruído, parece-me que o ruído é mais largo e pixelizado na do ano passado do que na deste ano. Se este "ruído" for o grão da foto, já mostra a diferença de escala!
Bom, voltando ao tamanho das estrelas essa é interessante! Esta foi tirada com F/8, e a outra com F/6.. Em princípio o tamanho das estrelas seria maior no caso F/8 do que o F/6... A menos que eu tenha puxado muito pela imagem do ano passado, e as estrelas aumentaram, ou que as estrelas mantenham o seu tamanho na película, e no caso da imagem do ano passado, fiz um "zoom" digital maior para a M31 ficar grandita, e em proporção as estrelas parecem maiores. O limite teórico para o "tamanho da estrela" em principio andaria à volta do nº F/# em micron.. Portanto uma estrela "verde" em F/6 teria 6 micron, e em F/8 teria 8 micron, no plano focal. Pode ser que o grão do filme seja influenciado pelo grão do lado e isso alargue a estrela, mesmo que ela seja pequenina..
Mas o mais provável é ter sido por causa do processamento.. No ano passado acho que apliquei um logaritmo à imagem, e este ano experimentei usar um arc-seno hiperbólico, penso (
color stretching no IRIS)..
Epá, por muito que goste da facilidade de CCDs, uma foto em filme continua a ser espectacular em certos alvos, Talvez pela falta de reciprocidade, que faz com que as áreas mais brilhantes não saturem e acabamos com uma gama dinâmico enorme.
A côr também está muito boa.
Hmm.. Pois, agora chegou a altura de eu explicar a trabalheira que isto me deu!..
Isto não saiu assim do slide
No slide aparece tudo azulado! até parece que estava a tirar uma foto na Fossa das Marianas, onde, se chegar algum luz do sol lá, é azul de certeza!.. Tudo o que há na foto de não-azul foi muito puxado com curvas para aparecer! E atinar com as curvas é lento e cansa
Parece que já está documentado que com a absorção de humidade por parte da película, esta perde a sensibilidade aos vermelhos, e a imagem fica azul. Logo isto tinha que acontecer ao E200, famoso pela sua sensibilidade ao vermelho! Soluções para isto há, e são simples.. Enfiar gás seco para dentro da câmara, que não tenha humidade. Azoto serve perfeitamente. Há-de chegar o dia... :geek:
Mas claro, que todos os meus problemas fossem esses! A foto tinha vinhateio, e andei a corrigir isso no IRIS, subtraindo o gradiente.. Gradiente esse, que é mais vermelho nos cantos do que no centro da foto! Portanto, o belo do resultado multicolorido só desapareceu com um miraculoso "crop"!
Ainda assim, a galáxia nota-se que está mais verde numa ponta azul no meio e vermelha na outra.. Isso foi por causa do tal gradiente manhoso!
Mas realmente a questão do "
flat-field" é que me chateia mais.. Até agora não consegui digitalizar uma foto de curta-exposição de um "
flat-field" (parede branca) que ficasse com um gradiente igual, ou minimamente parecido, com o que aparece nas fotos de longa exposição... Culpo isto nos automatismos que o software que uso tem para digitalizar o slide, mas também desconfio da falha de reciprocidade ou não linearidade do filme, que pode gerar gradientes diferentes.. A forma mais simples e garantida que tenho de resolver isto é tirar
flats a outra zona do céu com a mesma exposição da foto.. Ou seja, se em filme não faço
darks, faço
flats